PRECIFICAÇÃO DE ALIMENTOS

QUAL É O PREÇO CERTO

A precificação dos alimentos é um assunto que tira o sono dos empreendedores.

Como existe muita informação incompleta e genérica, acaba ficando mais confuso compreender.

Ao pesquisar sobre o assunto vão aparecer expressões como Mark Up, Margem de Contribuição, CMV, e o empreendedor por desconhecer os cálculos, acaba desistindo.

Ao desistir ele frequentemente comete um ou mais dos erros que vamos ver a seguir.

O QUE É PRECIFICAÇÃO DE ALIMENTOS?

Precificar é atribuir um preço comercial ao seu produto ou serviço.

E isso é feito através de cálculo de custos e de estratégia.

Não é possível pular nenhuma etapa, pois as consequências são invariavelmente:

– Falta de lucro;

– Dificuldade para vender;

– Falta de capital de giro;

– Sensação de trabalhar muito e não ver o dinheiro;

ERROS COMUNS NA HORA DE PRECIFICAR

Um dos primeiros conceitos a ser esclarecido é a diferença entre faturamento e lucro. É comum empreendedores planejarem seu negócio com base somente no faturamento e não no lucro.

Talvez você esteja pensando: ¨Mas eu sei que é diferente¨.

Mas você sabe quanto tem de lucro em cima do que vende?

Porque quanto você vende é possível que você saiba responder prontamente.

Mas o que faz um negócio crescer não é somente quando ele vende, mas principalmente quanto ele lucra.

O faturamento é o produto das vendas do seu negócio.

O lucro é a diferença entre o faturamento e todos os custos e despesas.

Exemplo:

670 refeições (ou doces, ou pastéis, ou qualquer produto) vendidos no mês dão um total de R$ 8.000,00

R$ 8.000,00 é o seu faturamento

Se você gasta:

R$ 3.000,00 de matéria prima e embalagens, mais R$ 2.200,00 de gastos fixos, R$ 1.000,00 de mão de obra e R$ 1.600,00 de taxa de aplicativo, o lucro será de R$ 200,00, ou 2,5%.

Concluindo, não basta vender. É preciso saber quanto de lucro você tem depois de pagar todos os custos e despesas.

Por que este é um erro de precificação?

Porque é bastante comum empreendedores fazerem uma conta pensando em ¨se eu vender 500 unidades, vou ganhar X¨. Quando deveria ser ¨se eu vender 500 unidades e mantiver x% de lucro, vou ganhar tanto¨.

O faturamento não é o ¨ganho¨.

O PERIGO DE PRECIFICAR ALIMENTOS COPIANDO O PREÇO DO VIZINHO

Quando o empreendedor copia o preço de um concorrente ou empresa parecida está buscando uma resposta fora.

Isso não é precificar.

O preço é calculado a partir da nossa realidade e ele começa no custo do que vendemos.

Aparentemente dois produtos podem ser iguais. Mas a composição pode ser totalmente diferente. Então se o empreendedor copia o preço de outra empresa cuja receita é diferente, ele pode estar cometendo um grave erro.

AONDE COMEÇA A PRECIFICAÇÃO DOS ALIMENTOS

O primeiro passo é fazer uma ficha técnica de cada produto vendido no seu negócio.

A ficha técnica é um passo essencial em qualquer negócio de alimentos e é nela que inicia o processo de precificação.

Além disso, ela também:

– Ajuda na manutenção do padrão dos produtos;

– Elimina o desperdídio;

– Mantém o custo de matéria prima atualizado.

É na ficha técnica que encontramos o CMV – Custo de mercadoria vendida individual.

Assista este vídeo aqui para saber mais:

Nunca copie o preço do concorrente pois ele inclusive pode estar com o preço errado.

O MITO DOS 100% DE LUCRO

Quando alguém fala: Tenho 100% de lucro, esta pessoa está equivocada.

Por exemplo, se você gasta R$ 15,00 de matéria prima para fazer o que você vende e resolve vender por R$ 30,00, você não terá 100% de lucro. Porque?

Porque o lucro é uma parte do seu preço de venda.

100% é o seu preço de venda e nele, uma parte é o lucro.

Então se o empreendedor dobra ou triplica o custo está literalmente chutando o preço e ignorando todos os outros custos e despesas

100% é o seu preço ou faturamento por isso não tem como existir 100% de lucro

PERCENTUAIS ALEATÓRIOS NA PRECIFICAÇÃO DE ALIMENTOS

Um dos componentes do preço de venda são os custos e despesas fixos.

Esta conta precisa ser feita levando-se em consideração o quanto de fato o empreendedor gasta. Atribuir um percentual aleatório como ¨10%¨acima do custo de produção pode dar muito errado.

Todos os componentes da precificação precisam ser calculados e nunca estimados.

A FALTA DE MARGEM NA PRECIFICAÇÃO DE ALIMENTOS ERRADA

Não é incomum infelizmente encontrar empreendedores que faturam 50, 80, 200 mil reais por mês e mesmo assim não têm lucro.

Isso ocorre porque o preço cobrado não deixa margem para o pagamento dos custos e despesas e ainda, espaço para o lucro.

Cada produto vendido precisa contribuir com um pouquinho para os custos e despesas. Daí o nome margem de contribuição.

A margem de contribuição, também chamada de lucro bruto, é frequentemente confundida com o lucro líquido. Quando na realidade:

MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO: FATURAMENTO – CUSTOS E DESPESAS VARIÁVEIS

LUCRO LÍQUIDO: FATURAMENTO – TODOS OS CUSTOS E DESPESAS, FIXOS E VARIÁVEIS

APLICATIVOS DE ENTREGA E A PRECIFICAÇÃO DE ALIMENTOS ESTRATÉGICA

Vender por aplicativo exige do empreendedor bastante conhecimento sobre precificação de alimentos estratégica.

Os aplicativos cobram uma taxa e ela é descontada do faturamento bruto.

É preciso fazer o custo na ficha técnica e em seguida aplicar estratégias de composição de combos e produtos para que o produto fique competitivo e ao mesmo tempo deixe lucro no caixa.

A PRECIFICAÇÃO A PARTIR DO CMV INDIVIDUAL

Este é um atalho que pode resultar em erros.

É fato que o CMV saudável para um negócio de alimentos não deve ultrapassar a casa dos 30% do faturamento.

Porém, um CMV de 30% não é garantia de lucro.

Isso vai depender dos outros custos e despesas do negócio.

CONCLUSÃO

Precificar dá trabalho? Sim.

Tem outra saída? Não.

Se o empreendedor deseja de fato ter lucro no seu negócio, deve aprender a conhecer seus custos e despesas. A partir daí a precificação correta será uma consequência.

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