O que dá mais lucro no Ifood? Esta é uma pergunta feita por todos os empreendedores de alimentos que pensam em começar um negócio ou expandir o negócio atual dentro desta plataforma tão conhecida que virou sinônimo de delivery.
Em 2023 o IFOOD processou mais de 70 milhões de pedidos por mês. E ter uma fatia desses pedidos é tentador.
Inicialmente buscamos pelos produtos mais vendidos pois este é o caminho óbvio. Mas será que o mais vendido é o que dá mais lucro?
É isso que vamos explorar neste artigo.
1. Faturamento e lucro
Quando estamos em busca de responder à esta pergunta: ¨o que dá mais lucro no IFOOD?¨, precisamos antes compreender o que exatamente é o lucro.
O lucro é a diferença entre o faturamento e todos os seus custos e despesas. Simples, certo?
Para ter uma boa margem de lucro o ¨segredo¨ é administrar bem a entrada e a saída de dinheiro. Isso começa na relação custo x preço de venda dos produtos que comercializamos. Ou seja, o potencial de lucro começa na precificação correta dos seus produtos Quando falamos de IFood existem outras variáveis que precisa ser consideradas para preservar a margem de lucro.
Um negócio saudável, operando fora do IFood, tem uma composição de custos, despesas e lucro mais ou menos assim:
Note que a fatia dos gastos variáveis, sem considerar o CMV – custo de mercadoria vendida, que está separado, é relativamente pequena pois aí estão apenas as taxas de recebimento normais.
No IFOOD naturalmente existem taxas mais robustas, pois a plataforma tem também os seus custos e despesas. Mas para manter a lucratividade é preciso considerá-las na composição do preço de venda. Ou seja, do faturamento irá sair também esta fatia da taxa, seja com ou sem entrega parceira.
Não contabilizá-la da forma correta pode acabar com o lucro do negócio.
2. Produtos mais vendidos no IFOOD em 2023
Todos os anos a plataforma IFOOD divulga um ranking dos produtos mais vendidos. Em 2023 circularam dois rankings distintos, ainda não entendemos bem qual foi a diferença.
Em um deles aparecem:
- Hamburguer
- Wraps
- Açaí
E no outro:
- Marmitas
- Hamburguer
- Refrigerantes
Para exemplificar vamos usar o primeiro. O número de pedidos foi de 70 milhões de hamburguers, 33 milhões de wraps e 30 milhões de açaís. O que isso significa?
Que esses produtos têm muita procura e que vendem muito, certo?
Mas o título desse artigo é: O que dá mais lucro no IFOOD e não o que mais vende no IFOOD, certo?
Então temos que mergulhar um pouco mais fundo.
3. A composição do preço de venda
Para determinarmos o que dá mais lucro precisamos saber a relação entre o gasto para produzir e o preço de venda. Como vimos acima, quando falamos de venda pelo IFOOD é preciso considerar a taxa na precificação.
Uma vez que temos uma ¨mordida¨ maior em uma das fatias, é preciso ajustar não só o preço a ser cobrado como controlar o custo do que vamos vender.
Se considerarmos o produto do gráfico acima, com o mesmo preço de venda e a taxa de 32% – entrega parceira, o lucro simplesmente deixaria de existir, pois o impacto da taxa no preço de venda o consumiria todo.
Então um produto que vende muito, poderia trazer um faturamento de cem mil reais e zero de lucro. Já imaginou a frustração?
E isso é muito mais comum do que você imagina.
Para preservar a margem de lucro é preciso conciliar no mesmo produto algumas características:
- CMV (custo de mercadoria vendida) baixo em relação ao preço de venda;
- Percepção de valor alta, ou seja, o cliente enxerga o produto com base no valor e não no preço;
- Demanda existente, ou seja, é preciso que exista procura pelo produto, caso contrário não adianta ter uma composição de preço de venda boa se não há venda.
Uma forma de reduzir o CMV, inclusive muito utilizada, é a oferta de combos. E por que?
Em um combo é possível mesclar produtos com o CMV mais baixo e com isso obter uma média de custo que seja favorável e que preserve a margem de lucro. Além disso, os combos elevam o ticket médio, o valor da venda, o que também contribui para o aumento do lucro.
4. Conclusão
Ao escolher um produto para vender pelo IFOOD procure optar não só pelo que tem muita procura, mas principalmente pelo que tem maior possibilidade de ter um CMV baixo em relação ao preço de venda.
Em seguida estruture as ofertas sempre pensando na composição do preço de venda total, com a inclusão da taxa.
Se você quiser aprender mais sobre precificação, fica o convite para conhecer o meu curso, Cozinhe & Lucre.